quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Crescendo sem Referências

A expressão "o ídolo de toda uma geração" não faz mais sentido nos dias de hoje. No passado, as gerações se pautavam pelos ícones de sua época, não só artísticos, mas no âmbito da política também. A gente sabia quem eram os "mocinhos" e os "bandidos" globais. Não, não estou falando da novela das oito... Estou falando de Saddam, de Boris Yeltsin, etc...

Isso fora os ídolos na música, os desenhos favoritos, os mitos do esporte. Lembro que saía até porrada se um falasse mal do ídolo do outro.

E a geração atual? O mundo não possui mais situações definidas. Os EUA passaram de mocinhos a bandidos, o terrorismo tomou o espaço deixado por figuras antológicas (como Saddam), a Europa é quase um país só, a União Soviética se dividiu em uma porrada de países, etc... Por isso essa geração cresce sem referências.

O que me "entristece" é ver que as minhas referências estão caindo uma a uma, baleados pelo implacável pistoleiro de alcunha "Tempo"...


O Saddam é um exemplo disso...
Na minha época o cara era sinistro! Tinha até boneco e máscaras de carnaval do Saddam Hussein. O cara era como a personificação do cramunhão. Quando se ouvia o nome "Saddam", a referência que vinha em mente era "Guerras, explosões, execuções e todas as maldades possíveis", num pensamento de terror quase infantil.
Confesso que meio que "torci" por ele quando os EUA invadiram o Iraque...
Mas era mais uma espécie de saudosismo do que compatibilidade de idéias e lemas políticos...
O tempo passou e Saddam acabou assim... antes de ser enforcado...

E quem não lembra desse senhorzinho aí do lado?!? Grande Yasser Arafat!!!
Ninguém tinha a menor idéia do que ele reinvindicava, se era presidente de alguma coisa, se era da paz ou da guerra ou de como se escrevia o seu nome. Mas bastava ver esse turbante preto e branco xadrez pra saber que era ele.
Grande Yasser!!!
Esse aí também capotou...


Pow, esse cara aí me fez até ter uma certa simpatia pela Igreja Católica...
Pra mim, João Paulo II foi o maior Papa que a Igreja já teve. Inteligente, carismático, ponderado, incisivo, e dotado de forte opinião.
Falava-se em Papa, era ele quem vinha à mente...
O Papa de hoje não tem nem metade do carisma e da simpatia desse também ícone de minha geração...

Esse também "caput"...


Esse era o dono do Brasil! Roberto Marinho!!! Co-fundador e dono do Império Globo de Televisão, esse cara era como um mito. Muito discreto, quase não aparecia na tv, que ele mesmo ajudou a tornar o que é hoje... Rolavam altos boatos sobre o cara: que ele tinha pacto com o Demo, que ele não existia, que era uma fantasia do Boni...
Bom, esse também capotou...


Esse cara aí foi, sem dúvidas, o maior ídolo brasileiro de todos os tempos...
Numa época em que os domingos eram mais do que "Faustão" e "Gugu", Ayrton Senna nos fazia levantar cedo nas manhãs de domingo e ir direto pra frente da telinha com apenas uma certeza: o Senna vai ganhar!
Se chovia então era festa!!!
O maior piloto da história da Fórmula 1... um brasileiro... orgulhoso do país que representava... Naquele 1º de maio fatídico em que o perdemos , confesso que chorei... porque naquele domingo morria, não só o piloto Ayrton Senna, mas também morria ali o grande, o invencível, o maior de todos os ídolos que este país já teve... morria ali o Ayrton Senna do Brasil...



Obs.: Claro que ficaram faltando vários outros ícones como Mamonas Assassinas, Fernando Collor, Mussum, Zacarias, Dercy Gonçalves, Golias, etc...



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